O quisto de Baker é um tecido mole que resulta da acumulação de líquido sinovial (líquido produzido dentro do joelho que lubrificação a articulação) na região posterior do joelho (região poplítea) e que pode ser uni ou bilateral. Esta acumulação pode acontecer por extravasão ou hiperprodução deste líquido.
Mas, como pode surgir? Saiba tudo neste artigo!
Quisto de Baker: Como se forma?
A formação do quisto de Baker é explicada pela presença de uma ligação entre a articulação do joelho e uma bursa (pequena bolsa cheia de líquido sinovial), entre o tendão da porção medial do músculo gastrocnémio e o tendão do semitendinoso. Desta forma, permite o fluxo de líquido.
Quais são as causas?
Esta condição clínica é um sinal de que articulação está em sofrimento, podendo haver um processo de degeneração articular ou uma lesão estrutural intra articular (exemplo: lesão meniscal). Estes processos levam à produção excessiva do líquido sinovial, que causam edema no joelho. O líquido tende a ser comprimido e empurrado para se acomodar na região posterior do joelho, formando assim o quisto de Baker.
Pessoas que pratiquem desporto ou tenham trabalhos com grandes cargas e que não tenham uma massa muscular equilibrada, podem sobrecarregar o joelho levando assim à produção excessiva do líquido sinovial.
Por outro lado, também determinadas patologias (exemplo: artrite reumatoide) podem desencadear um processo de sinovite (produção excessiva do liquido sinovial) e derrame articular, que se vai acumulando. Dessa forma, leva à formação do quisto.
Quais são os fatores de risco?
Esta patologia está frequentemente relacionada a outros problemas na articulação (doenças degenerativas e inflamatórias como a osteoartrite). Principalmente, devido ao processo de envelhecimento natural, sendo raro em crianças e adultos.
Apesar de pessoas de qualquer idade estarem suscetíveis a desenvolve-lo, os indivíduos acima de 60 anos são os mais propensos.
Quisto de Baker: Sintomas
Em alguns casos, o quisto de Baker pode ser assintomático, passando até despercebido. No entanto, dependendo do seu volume, pode provocar:
- Dor (que pode agravar caso ocorra rotura do quisto)
- Edema na região posterior do joelho (por vezes também na perna)
- Perceção de saliência incomum na região posterior do joelho durante a palpação (semelhante à sensação de tocar num balão cheio de água)
- Sensação de pressão/desconforto na região posterior do joelho (em agachamentos ou após períodos de maior atividade física)
- Rigidez na musculatura próxima do joelho
- Dificuldade de movimentar o joelho
Maioritariamente, as queixas apresentadas não se relacionam propriamente ao quisto, mas sim a algum tipo de problema associado. Como por exemplo, as doenças que lhe deram origem. Sinais e sintomas relacionados, por exemplo, a desgaste articular ou lesão meniscal, são comuns em pacientes que apresentam quisto de Baker.
Qual é o tratamento recomendado?
Para a maioria dos pacientes, o quisto de Baker não requer tratamento específico e em alguns casos pode até desparecer sem necessidade de nenhum tipo de intervenção. Em situações em que o paciente apresente dor, limitação funcional ou quando o quisto apresenta grande volume, é necessário intervir.
De forma geral, o tratamento deve ser direcionado à condição que causou a acumulação de líquido na articulação e consequentemente o surgimento do quisto. Deste modo, ao controlar a condição que gerou o excesso de líquido no joelho, tender-se-á a promover a redução do volume do quisto.
Fisioterapia: Como pode ajudar?
Os objetivos da fisioterapia visam:
- Diminuir a inflamação e consequentemente o quadro álgico
- Manter/restaurar as amplitudes articulares
- Reforçar a musculatura envolvente, objetivando o reequilíbrio muscular
- Melhorar a absorção das cargas que passam pelo joelho
No entanto, para atingir estes objetivos, podem-se recorrer a várias técnicas de fisioterapia, tais como:
- Massagem
- Técnicas de drenagem manual para reduzir o edema
- Exercícios que melhorem o fluxo linfático-venoso e fortalecimento dos músculos da perna, em específico para ajudar no bombeio venoso
- Treino de flexibilidade da cadeia posterior
- Treino de controlo do movimento e de equilíbrio
- Kinesiotapping para drenagem do edema.
Quisto de Baker: Exercícios recomendados
Apresentamos alguns exercícios que apenas devem ser realizados após aconselhamento com o fisioterapeuta!!
Exercício 1
Alongamento da cadeia posterior
O paciente deverá ficar em decúbito dorsal (deitado de costas), com um elástico na ponta do pé e com a anca e joelho dobrados a 90º. Deve manter a tensão no elástico enquanto estica o joelho o mais possível, puxado a ponta do pé para si. A posição deve ser mantida durante 20 segundos. Repetir entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Exercício 2
Fortalecimento dos isquiotibiais (músculos posteriores da coxa)
O paciente deverá ficar em decúbito ventral (deitado de barriga para baixo), com o elástico preso atrás do calcanhar. Deve puxar o pé para si, dobrando o joelho e deixá-lo voltar lentamente à posição inicial. Repetir entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Exercício 3
Propriocepção
Paciente fica em pé, apoiado na perna lesada e com esse joelho ligeiramente dobrado. Com a ponta do outro pé, tentar desenhar um círculo no chão, com o maior diâmetro possível e em que o pé apoiado fique no seu interior. Repetir entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Já sabe, caso apresente dor, limitação funcional ou quando o Quisto de Baker apresenta grande volume, então aí será necessário intervir com tratamento de fisioterapia. Na Fisiobaía garantimos toda a segurança e higiene necessárias para o(a) receber.
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