O que é a Síndrome do túnel cárpico (STC)?
Corresponde à mais frequente das síndromes compressivas e é definida pela compressão e/ou tração do nervo mediano ao nível do punho. É uma pequena área que constitui a passagem entre o braço e a mão com estruturas como vasos sanguíneos e o nervo mediano. A síndrome do túnel cárpico caracteriza-se pela compressão destas estruturas, principalmente do nervo mediano e sua consecutiva inflamação.
Porque surge a síndrome do túnel cárpico?
Esta patologia está associada, muitas vezes, à ocupação laboral e à quantidade de vezes que esta área do punho é recrutada. A pressão no interior do túnel do carpo aumenta em extensão e em flexão do punho. Por isso, os movimentos repetitivos de flexão-extensão do punho assim como flexão dos dedos e supinação do antebraço, foram implicados como sendo os movimentos repetitivos causadores da síndrome. Este facto não significa que qualquer pessoa que realize continuamente estes movimentos terá a patologia, mas estes movimentos associados a anomalias que falaremos a seguir, são factores de risco quando conjugados.
Constituição da anatomia
O seu aspeto é constituído por um anel osteofibroso rígido definido como o espaço situado entre o retináculo dos flexores que constitui a parte superior e a parte carpiana, o fundo. É delimitado na borda ulnar pelos ossos do punho como o hamato, o piramidal e o pisiforme, assim como na borda radial pelo escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo (FRC). A base é formada pela cápsula e os ligamentos radiocárpicos anteriores que recobrem as porções subjacentes do escafoide, do semilunar, do capitato, do hamato, do trapézio e do trapezoide.
O nervo mediano inerva a face palmar (parte de baixo) de três dedos da mão e a face dorsal de algumas partes dos dedos também.
Anomalias nervosas estruturais e fisiopatologia
Do ponto de vista fisiopatológico quando existe uma síndrome compressiva, esta combina fenómenos de compressão e tensão. Estes dois fenómenos mecânicos podem criar problemas na microcirculação sanguínea do próprio nervo, tanto lesões no nível da bainha de mielina (estrutura responsável por aumentar a velocidade do estímulo elétrico) como também, alterações no tecido conjuntivo de suporte da estrutura toda do túnel cárpico.
Causas para a anomalia nervosa estrutural causal
Existem 3 tipos de anomalias da forma ou da posição dos ossos do carpo:
- Luxação ou subluxação do carpo
- Anomalias da forma da extremidade distal do radio: fratura (translação de mais de 35%) ou consolidação errada do radio distal, material de osteossintese na face anterior do radio
- Anomalia articular: artrose do punho, artrite inflamatória (por hipertrofia sinovial, deformação óssea e/ou encurtamento do carpo) ou infecciosa, rizartrose.
Diagnóstico para a síndrome do túnel cárpico
A abordagem clínica em pacientes com parestesia (formigueiro) da mão inclui cinco etapas:
- Exame subjectivo e objectivo para determinar a etiologia
- Avaliação da gravidade de compressão por análise da sensibilidade descrita pelo utente durante a execução do teste de Weber assim como da força dos músculos do punho inervados pelo nervo mediano
- Avaliação da dor e da capacidade de execução do teste de Phalen
- Exames complementares, como a ecografia
Tratamento
A abordagem do síndrome do túnel cárpico, na maioria dos casos, deve começar por uma tentativa de tratamento conservador através da fisioterapia. Não existem programas de tratamento definidos sendo que o fisioterapeuta realizará tratamento de acordo com a sua pré-avaliação. Contudo é comum a necessidade de diminuir a inflamação, mobilizar os ossos do punho, criar espaço entre as estruturas e auxiliar na estabilização das mesmas.
Quando o tratamento conservador não é suficiente pode ser necessário recorrer a tratamento cirúrgico. A fisioterapia pode ajudar – faça o seu diagnóstico e informe-se junto da nossa equipa.